Mário Martins escreve esta semana um artigo curioso no Povo Famalicence. Por um lado felicita a Câmara Municipal por voltar a permitir a abertura do comércio aos Domingos. É óbvio. A abertura nunca devia ter sido proíbida. Abre quem quer, a que horas quer.
Logo a seguir, Mário Martins critica a permissão dos bares e discotecas passarem a poder funcionar até às 5 da manhã aos fins de semana. E explica porquê. Mas explica mal:
Em primeira lugar Mário Martins acha que a proposta é "
nada adquada à forma de estar e de viver da grande maioria dos famalicenses". Desculpe? E que forma de estar na vida é essa? e quem a definiu? E admitindo que fosse verdade, a que propósito é que os outros famalicenses têm de seguir a forma de estar na vida da maioria?
Depois, acha que vai haver "
um agravamento nas condições de vida de quem vive nas imediações dos estabelecimentos, quebra na segurança de pessoas e de bens e perturbações do sossego e tranquilidade dos outros". Talvez. Mas isso resolve-se com polícia bem visível nos locais mais frequentados. É quanto basta.
O argumento final é hilariante. Mário Martins diz que "
esta medida vai em sentido contrário a tudo aquilo que é necessário fazer no tempo presente, num país de baixa produtividade e a atravessar uma crise que só é possível ultrapassar com trabalho sério e rigor."
Bom, talvez Mário Martins não saiba, mas a indústria da noite também cria riqueza e postos de trabalho. Depois, o que é que tem o trabalho sério e o rigor a ver com saír à noite? São incompatíveis? Além disso, estes novos horários são para os fins de semana. Será que Mário Martins quer que passemos a trabalhar aos fins de semana?
Mário Martins não podia terminar o seu texto sem lançar uma suspeita e fazer moral barata.
A suspeita: "
A quem convém que as boites funcionem até às 5 da manhã?".
Não sabemos, mas talvez convenha aos famalicences que gostam de saír à noite...
A moral: "
Há gente que não sabe que, às cinco da manhã, já há muitos famalicences que começam a preparar-se para mais um dia de trabalho."
Pois há. E o que é que isso tem a ver para o caso? Temos de nos levantar todos às 5 da manhã? Vamos impôr o recolher obrigatório?
Os cidadãos devem ser livres de escolher. Os regimes em que uma minoria de iluminados se arroga o direito de escolher pelos cidadãos são regimes totalitários. Mário Martins é socialista. Como se nota...