Agora que o vendaval que assolou o executivo famalicense acalmou, é altura para uma análise mais serena de tudo o que se passou.
O Presidente da Junta de Ribeirão lançou um ataque ao Vereador. Com maus modos e baixo nível.
O Vereador defendeu-se afirmando que Ribeirão era uma freguesia privilegiada pela Câmara Municipal e pediu desculpa aos restantes Presidentes de Junta.
O PSD afirma publicamente que este caso era o resultado de um mal-estar profundo entre o Vereador e as Juntas de Freguesia.
O Vereador apresenta um abaixo-assinado subscrito por 33 Presidentes de Junta.
O Presidente da Câmara retira os pelouros ao Vereador.
Esta história não bate certo. E ninguém sai bem deste filme.
A atitude do Presidente de Junta só se compreende se tiver sido coordenada com a Comissão Política do PSD. Ainda que Reis Moreira tivesse razões de queixa do Vereador, não faria um tal ataque sem a cobertura política do PSD. E dizemos cobertura política para não dizer coordenação. Há no Concelho muitos Presidentes de Junta com mais razões de queixa do Vereador, e não fazem conferências de imprensa a insultar Jorge Carvalho. Ainda para mais sendo Reis Moreira do mesmo partido de Jorge Carvalho, e numa secção do PSD que pune com o frio siberiano a mais leve dissidência.
Acresce que logo a seguir o PSD vem dizer que haveria um profundo mal-estar entre os presidentes de junta e o vereador. Mas a atitude dos presidentes de junta, assinando um documento de apoio ao vereador, arrasa esse argumento. Ainda por cima presidentes de junta que o Vereador reconheceu terem sido prejudicados pela Câmara em benefício de Ribeirão. Ninguém assina um documento de apoio a alguém com quem tem um profundo mal-estar. Esta argumentação do PSD não tem, por isso, cabimento.
Finalmente, o presidente da Câmara fez aquilo que se esperava desde o início. Retirou a confiança política ao vereador bem como os pelouros. Mas esta atitude é claramente o resultado da pressão do PSD. Não é obviamente uma conferência de imprensa de um qualquer presidente de junta que força a retirada da confiança a um vereador. A grande pergunta é porque é que o PSD quis correr com Jorge Carvalho? Uma vez que o argumento “oficial”, o do mal-estar entre presidentes de junta e o vereador, foi desmentido pelos factos, o apoio efectivo dos presidentes de junta ao vereador, o PSD tem que explicar o que o move contra o vereador.
Para o futuro sobram problemas para este executivo. Um vereador do partido sem pelouros, e com vontade de causar estragos. Uma equipa de vereadores dividida (uns apoiaram Jorge Carvalho, outros não). O seguro de vida deste executivo está, no entanto, no Partido Socialista. Que pode já ter muito pouco de Socialista, mas que, a nível local, está todo Partido.
3 Comments:
Parabéns MM, concordo contigo.
o mais preocupante é não haver oposição. se houvesse, o psd não cometia estes erros básicos. uma oposição forte é fundamental para um bom governo.
Esta história cheira mal. À distância...
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