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03 setembro 2006

As pombinhas e o Katrina

Este fim de semana, o expresso publica um artigo de Daniel Oliveira a criticar duramente os EUA pela resposta ao furacão que destruiu a cidade de New Orleans à um ano.
Por Famalicão, uma das vozes do Bloco de Esquerda, José Luís Araújo, repete mais ou menos os mesmos argumentos ( Bloco está bem coordenado). Por exemplo:

"cerca de metade da cidade continua ainda destruida, deserta".
Pois contínua. Não se reconstrói uma cidade num ano. Aliás, provavelmente a cidade nunca vai voltar a ter a mesma população, porque não há qualquer racionalidade em viver numa cidade que tem de estar cercada por diques e barragens, para não se inundar.

"Então um país que gasta rios de dinheiro com guerras em várias partes do mundo, que apregoa tantos direitos não é capaz de reeguer uma cidade no seu país?"
Ahhhh, logo vi que o problema eram as guerras. Os pacifistas, tal como as pombinhas, não gostam de guerras. O problema é que as guerras não têm nada que ver com a reconstrução de uma cidade. Aliás, a reconstrução não é apenas tarefa do governo, mas de toda a sociedade.

E para terminar, a condenação moral:
"Certamente que se o presidente dos EUA fosse um(a) negro(a) a situação seria bem diferente."
Ò José Luís... então porquê? O presidente da Câmara de New Orleans até é preto, veja lá... Explique lá porque é que com um Presidente preto a reconstrução seria mais rápida. E se de caminha nos conseguir mostrar um país em que haja uma mistura de etnias tão grande e a conviver em paz, também agradecemos.
E, já agora, se puder explicar também qual o motivo da obcessão do Bloco de Esquerda com os EUA, também agradecemos.